E essa dor que grita e sangra feito vulcão em atividade, mas não mancha ou deixa cicatriz de espécie alguma? Tenho uma espada na garganta e sal no estômago, o que talvez explique porque não sou passível de compreensão...
Ando tão inconstante que sinto que um sopro me leva do céu ao inferno num tempo insignificantemente microscópico e por lá permaneço, sem possibilidade de salvação ou resgate imediato, ou mesmo intermediário...
Chego a pensar que não me entendem mesmo quando estou tão revelado e limpo, recém lavado de chuva e xampu de camomila.
Por que esta sensação nunca me abandona? E este vazio que vem até mesmo em momentos em que estou tão pleno e convencido. Realizado?
Qual o porquê de desligar os sentidos e pensamentos, quando acho estar ainda ideal e receptivo? Isso me traz a solidão mesmo acompanhado, e dormir não alivia o peso contido em minhas pálpebras. Por vezes chego a sentir que um colo silencioso poderia salvar um reino que não se sustenta em pernas fortes e que um sorriso pode assumir feitio de remédio ou de oração.
Sou estranho: às vezes não tenho um átimo de compreensão própria e em outras me sinto pleno, cheio de uma percepção entremeada de radicais sutilezas.
Para que serve mesmo ser entendido, ou entender-se? Por que esta necessidade de ser visto em última instância de existência? Não quero servir de adorno ou santo de oratório. Ser visto é neste caso, especificamente, ser entendido, ser revelado.
É romper com esta máscara translúcida que se fez em mim, involuntariamente.
Ando tão inconstante que sinto que um sopro me leva do céu ao inferno num tempo insignificantemente microscópico e por lá permaneço, sem possibilidade de salvação ou resgate imediato, ou mesmo intermediário...
Chego a pensar que não me entendem mesmo quando estou tão revelado e limpo, recém lavado de chuva e xampu de camomila.
Por que esta sensação nunca me abandona? E este vazio que vem até mesmo em momentos em que estou tão pleno e convencido. Realizado?
Qual o porquê de desligar os sentidos e pensamentos, quando acho estar ainda ideal e receptivo? Isso me traz a solidão mesmo acompanhado, e dormir não alivia o peso contido em minhas pálpebras. Por vezes chego a sentir que um colo silencioso poderia salvar um reino que não se sustenta em pernas fortes e que um sorriso pode assumir feitio de remédio ou de oração.
Sou estranho: às vezes não tenho um átimo de compreensão própria e em outras me sinto pleno, cheio de uma percepção entremeada de radicais sutilezas.
Para que serve mesmo ser entendido, ou entender-se? Por que esta necessidade de ser visto em última instância de existência? Não quero servir de adorno ou santo de oratório. Ser visto é neste caso, especificamente, ser entendido, ser revelado.
É romper com esta máscara translúcida que se fez em mim, involuntariamente.
4 comentários:
Rapaaiz, acho que estávamos em sincronia criativa qdo resolvemos escrever nossos ultimos textos. O ultimo que postei seria um completo, de certa ao seu, e vice versa... devido a situação interior dos "personagens".
Muito bem escrito, flui com uma naturalidade pertubadora, devido as circunstancias e a angustia que passa.
Parabéns.
A vida dá-nos angústias e alegrias...a vida é um livro que
tem várias páginas para serem
percorridas.Temos que fazer da vida
um arco-íris.Um abraço/Irene
Will
Me identifiquei muito com o seu texto...Penso que toda esta ânsia seja uma virtude.
Agradeço a visita, os comentários, e vou te seguindo...
bjo!
Tu tá no caldeirão, em ebulição para se revelar a si, em si. Algo aí quer ser, deixando de se ocupar com o que parece ou a quem parece... enfim, maravilhoso.
Já viu, estranho de novo. A gente sempre se sente estranho, por ser diferente. Ser diferente da gente mesmo. Eu me acho estranha por ser quem sou e não conseguir ser totalmente. É aquele átimo de compreensão de si, mesmo ee outras vezes, a percepção entremeada de sutilezas... pois é, somos nós, seres humanos em constante busca e não busca; encontros, desencontros... reencontros. Conhecer, desconhecer, reconhecer, revelar, não ligar... ser!
Simplesmente, lindo!
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