segunda-feira, junho 28, 2010

Formigueiro

De alguma forma sentia que o formigueiro não era seu lar e via-se como que de outra espécie. Vive aquela perfeição matemática que não lhe motiva e a novidade parece um delírio latente, um sonho causado por alucinógeno. A realidade divide-se em cenas soltas e o novo não é premiado. Nem se sabe que o novo existe. Não se vê nada acima do telhado terroso e protetor. Opressor. Limitador.
Cumprir deveres parece tão louvável e infalível que é quase pecaminoso não seguir adiante e sem questionar.
Mas quem pode se conter após sentir o gosto do sal e do açúcar? Quem pode se furtar ao que ainda nem se sabe capaz?
A surpresa pode ser tão grande quanto o que se sonha. Pode ser mesmo grandioso. Realizar num milésimo de segundo, num único fôlego: a vida então!

domingo, junho 13, 2010

A hora


Hora de deixar de lado o que não é bonito, o que não é saudável e feliz.
Hora de se permitir aquele abraço apertado, o riso frouxo e uma fatia extra de torta de chocolate.
Hora de por as tristezas na rua, sem vergonha alguma, e abrir a porta para a solidão ir embora.
Hora daquele beijo apaixonado, de dormir agarrado e quase sufocando, mas com um sorriso que é tão verdadeiro quanto interior.
Hora de ir à praia, ao campo, ao jardim, ao clube, ao brejo, ao cinema ou ao colo da mãe.
Agora é hora de ser feliz.
Hora de viver!